Em todos os agrupamentos humanos, palpita a preocupação de
ganhar.
O espírito de lucro alcança os setores mais singelos.
Meninos, mal saídos da primeira infância, mostram-se
interessados em amontoar egoisticamente alguma coisa.
Mães numerosas abandonam seu lar a desconhecidos, a fim de
experimentarem a mina lucrativa.
Pais deixam de dar atenção a sua família, enquanto
multiplicam ao extremo as horas de trabalho.
Nesse sentido, a maioria das criaturas converte a marcha
evolutiva em corrida inquietante.
No entanto, por trás do sepulcro, ponto de chegada de todos
os que saíram do berço, a verdade aguarda o homem e interroga: O que você
trouxe?
O infeliz tende a responder que reuniu vantagens materiais.
Diz que se esforçou para assegurar a posição tranquila de si
mesmo e dos seus.
Examinada, porém, a sua bagagem, quase sempre as pretensas
vitórias são derrotas fragorosas.
Elas não constituem valores da alma, nem trazem o selo dos
bens eternos.
Atingida semelhante equação, o viajor olha para trás e sente
frio.
Prende-se, de maneira inexplicável, aos resultados de tudo o
que amontoou na crosta da Terra.
A sua consciência se enche de sombrias nuvens.
E a voz do Evangelho lhe soa aos ouvidos: Pobre de você,
porque seus lucros foram perdas desastrosas.
E o que tem ajuntado para quem será?
É importante meditar sobre essa lição enquanto se está a
caminho.
Os bens do mundo são preciosos enquanto instrumentos de
realização da paz.
O trabalho é um meio de vida e não de morte.
A título de enriquecer ou ter mais conforto não compensa
esquecer o essencial.
É inútil brindar os filhos com coisas e não se fazer
presente em suas vidas, com palavras e exemplos dignos.
As posições tão cobiçadas no mundo sempre terminam por
trocar de mãos.
Constitui loucura convertê-las no objetivo da existência.
É preciso viver no mundo, sem ser do mundo.
Fazer os sacrifícios necessários à vida na Terra.
Mas jamais esquecer que se está apenas de passagem por ela,
com destino ao infinito.
Pense nisso.
Redação do M. E.
(Com base no cap. 56 do livro Caminho, verdade e vida – Emmanuel)
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