Os fins justificam os meios. Esta afirmativa é muito comum,
mas nem sempre podemos dizer que é acertada.
Ouvimos, recentemente, essa desculpa de alguém que tentava
ajudar um amigo, usando de expedientes ilegais e imorais.
No seu modo de pensar, ele entendia que se o fim objetivado
é nobre, os meios utilizados para atingi-lo, estão justificados.
No entanto, esse tema merece uma reflexão mais detida.
O homem tem vivido com essas contrariedades e também acaba
sendo vítima das suas próprias incoerências.
O ser humano deseja, ardentemente, ser amado e respeitado,
ter seus direitos garantidos e seu bem-estar conquistado.
No entanto, acaba sendo vítima de si mesmo, nessa ânsia de
chegar aos fins sem atentar muito para os meios utilizados.
Poderíamos dizer até, que o próprio homem também acaba sendo
usado como um mero meio para se chegar aos fins desejados.
É o que acontece, em tese, numa boa parte das organizações
modernas.
No mundo civilizado, das organizações, será possível ter
reverência pelo próximo?
Na lógica das organizações não há próximos nem amigos. A
lógica das organizações diz: cada funcionário é apenas um meio para o fim da
organização, não importa quão grandioso ele seja!
Não importa quantos anos de sua vida ele tenha dedicado à
empresa...
Não importam os seus sonhos, suas esperanças, seus planos
para o futuro... Suas necessidades.
Se hoje não é mais um meio útil para se atingir os lucros
desejados ou se está pesando na folha de pagamentos, ele é simplesmente
descartado.
...Como qualquer outra máquina que tenha se tornado inútil!
Nesse caso, como em tantos outros, podemos afirmar que os
fins não justificam os meios...
Um ser humano não é um meio. Sua felicidade plena é o fim
almejado pelo Criador.
Os fins nem sempre justificam os meios.
É preciso que os meios sejam coerentes com os fins
objetivados.
Não se pode combater um mal com um mal maior ou equivalente.
E, acima de tudo, é preciso que o homem não seja, jamais,
usado como meio para se chegar a fins que não tenham relação direta com a sua
felicidade e progresso intelecto-moral.
Redação do M. E.
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